Por Inteira
Por Inteira
Ela se doava por inteira, sem medida,
Na amizade, na dor, na vida.
Enquanto sangrava em silêncio, sorria.
Fazia morada onde só ausência recebia.
Carregava no peito um afeto sem fim,
Mesmo quando ninguém olhava pra ela assim.
Era colo, força, ponte e chão,
E quase nunca era coração em atenção.
Escondia a dor pra não preocupar,
Engolia o choro pra não atrapalhar.
E seguia firme, de peito aberto,
Mesmo quando o retorno era deserto.
Escondia tudo, até não mais aguentar.
Não pedia muito, só um olhar,
Um gesto simples a lhe abraçar.
Um “como você está?”, sincero, real,
Num mundo que cobra, mas retribui tão mal.
Às vezes, tudo o que ela queria,
Era ser amor na mesma sintonia.
Ser lembrada, notada, escolhida e acolhida.
Ser cuidada… também ser bem-vinda.
Mas seguia… com o que lhe cabia e sobrava,
Com fé de que a vida ainda lhe guardava
Um tempo de colheita e de cura,
Onde amor não doa — só perdura.
E foi assim até o fim.
Sandra L Felix de Freitas
26/05/2025
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