Despertar

 


Despertar


Acreditei que até a alma mais sombria

Guardasse, oculta, alguma luz, algum sinal.

Busquei bondade onde só havia

O frio olhar de um bem disfarçado mal.


Criei desculpas para o imperdoável,

Desvendei dores tentando entender,

Mas vi que há quem nasce, invariável,

Com o dom cruel de só fazer doer.


Não sentem culpa, nem remorso ou pena,

Usam o afeto como isca e armadilha.

Fazem da dor um jogo, uma condena,

E ao cair, sugam a alma, até a trilha.


Mas hoje sei: o monstro existe, sim.

E não serei mais presa de um algoz assim.


Não é fraqueza pedir auxílio e chão,

Vergonha é aceitar viver na escuridão.


Que venha a luz, a cura, o recomeçar —

A paz é o lar que eu vou me dedicar.


Sandra L Felix de Freitas 

Dezembro/2019


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