A princesa que herdamos



Para a poodle que virou filha, guardiã e memória viva de amor


Caçula foi nome de afeto,

Presente da mãe, doce lembrança,

Não é grande na estatura,

Mas gigante na liderança.


Champanhe é a sua cor,

Mas o espírito… pura bravura!

Não se cala, não se esconde,

Mostra os dentes, faz figura.


Basta uma bronca — ela enfrenta!

Mas ao ouvir “minha princesinha”,

Seu olhar amansa o mundo,

E obedece, toda mansinha.


Herdou a casa e o comando,

Mesmo entre os cães mais fortes,

Bob e Alvin que o digam:

É ela quem dá o norte. 


Guarda a comida como um tesouro,

Mesmo sem querer comer,

Pois seu trono é o território

Que ninguém pode ceder.


Há nela um quê de saudade,

Um eco doce e constante:

Nos olhos da Caçula

Brilha o olhar da minha mãe de antes.


Leal, ciumenta, teimosa,

Com amor que não se mede.

Hoje vive mais cansada,

E convulsiona se a paz acaba.


Por isso cuidamos do tempo,

Do silêncio e da harmonia,

E o remédio vem com colo,

Com carinho e calmaria.


Dizer que a amamos? É pouco.

A prova está no gesto, na rotina.

Nos dias que ainda nos restam,

Nossa Caçula é a rainha.


Tempo, sê gentil conosco,

Alonga as horas devagar.

Ainda queremos abraçá-la

E vê-la feliz a reinar. 


Sandra L Félix de Freitas

29 mai 2025


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