Pantanal em Verso e Vida
![]() |
Araras,
Azuis e vermelhas,
Rasgam o céu de prata,
Enquanto os passarinhos,
Risonhos e coloridos,
Gorjeiam pela mata.
Jacarés, imóveis,
À beira do rio,
Sorvem os últimos raios do dia.
Capivaras em fileiras,
De olhar tranquilo caminham
entre as trilhas alagadas.
Lá no alto,
O gavião-pantaneiro vigia,
À procura de alimento,
nas águas, planícies e arbustos.
Finge total apatia
Enquanto aguarda o momento.
Escondida na emboscada
Surge a onça-pintada,
A rainha da mata fechada
Caminha leve, disfarçada,
silenciosa, sem alarde
Prepara o seu ataque.
Nas águas calmas,
A sucuri espreitava,
As famílias de ariranhas,
Capivaras e antas
Que tranquilas se refrescavam
Sem notar os perigos que as rondavam.
Garças-brancas
grandes e pequenas
Tranquilas na manhã plena,
Balançam suas asas
Brincam nas águas serenas
Em um balé de luz e cor.
Por ali os coelheiros
Com sua plumagem rosada
Bico feito colher
Disfarçados abocanham
Anfíbios e peixinhos
Que cruzam seu caminho
Além desses vê-se o carão
E também o jaburu.
O carão, branco-acinzentado
Bico longo e curvado
Sai à caça de insetos e moluscos,
Entre águas rasas e arbustos.
O jaburu
Conhecido por tuiuiú,
É a altiva cegonha pantaneira,
Que em voo rasante, faceira,
Traz no bico peixinhos
Para os filhotes no ninho.
Na planície altaneira,
Um sereno tamanduá-bandeira,
Fareja o chão com primor.
O guardião do cerrado
Mantem em equilíbrio
O nosso solo sagrado.
O tatu-canastra
Animal grande, solitário e noturno,
Tem costume de escavar tocas,
para abrigo e alimento.
Trabalha com tanto esmero,
Qual artesão verdadeiro.
O bicho-preguiça,
Mesmo solitário
Caminha lento e sorridente,
Pois sabe que carrega
Nos pelos envoltos por musgos
Um microecossistema ambulante.
Na beira do rio
Vejo o cervo-do-pantanal
Vive em áreas alagadiças,
Com elevada vegetação.
Caminha com leve elegância,
Como quem conhece a importância
De viver em harmonia e constância,
Mesmo diante de tanta ignorância.
Há humanos que destroem,
tanto o solo, quanto a fauna.
Mas há aqueles que cuidam —
se envolvem nas atividades
de preservação e acessibilidade
aos moradores do Pantanal.
E por trás de sua luta silenciosa,
há mãos humanas, coragem preciosa:
ONGs, guardiões, gente de alma real —
que fazem do amor um abrigo vital.
Obs.: Dedicado ao Instituto AGWA, cuja proposta consiste em estimular o estudo das transformações ambientais, especialmente aquelas impulsionadas pela ação do homem, objetivando a preservação do meio e a renovação de sua exploração econômica, inclusive pela introdução do conceito de econegócio.
https://institutoagwa.org.br
Imagem: Ipê
Fonte: https://www.instagram.com/p/DAlPHUcxKc0/?igsh=NnRycThvdW9vMnFp |
💐
ResponderExcluir