Soneto do Luto Invisível

Soneto do Luto Invisível A minha estima é feita de ternura, amor tão vasto, cego e sem medida, que esqueço, às vezes, tua alma dura, e te idealizo além da própria vida. Teu gesto frio em mim deixa amargura, silêncio que me cala e me intimida. E a dor que nasce, funda e sem bravura, me apaga aos poucos, rouba-me a saída. Não peço muito, mas teu ar altivo me faz sentir menor, quase esquecida, como um retrato antigo e sem motivo. E sigo assim — de luto, mas vestida, por quem respira, anda e segue vivo, mas já não mora mais na minha vida.