Baú de Ilusões


Houve um tempo

não tão distante

em que ela, confiante,

se sentia amada,

protegida…

achava que era rainha.


Sob aquela ponte

algumas águas passaram,

tristezas brotaram

inseguranças transbordaram. 

Sentia-se solitária,

esquecida,

abandonada.


A Terra deu algumas voltas,

e nem foram tantas,

mas muitas coisas mudaram. 

Espaços antes vagos

tornaram-se ocupados,

e ela perdeu o chão.


“Mentira”, você diria…

Mas só ela saberia

o que escondia por dentro

daquele baú fechado,

mofado

de ilusões.


Ali estavam guardados

os sorrisos forçados,

as promessas que não voltaram,

os gestos que não duraram,

os toques que esfriaram.


Ela fingia não notar

o vazio que crescia,

a ausência disfarçada,

a indiferença cotidiana

que, como cupim, corroía

o castelo de esperança.


Agora, tudo é silêncio.

Nem grito, nem adeus.

Só ela e o eco

de tudo o que foi sonho

e virou fardo.


Mas… quem sabe, um dia,

ela reencontre a chave

para abrir o baú,

limpar as teias,

e enfim se libertar

de tudo aquilo,

que ela chamava de família,

e era só solidão disfarçada.


Sandra L Félix de Freitas

06/06/2025


Imagem gerada pela IA


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