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Por Inteira

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  Por Inteira Ela se doava por inteira, sem medida, Na amizade, na dor, na vida. Enquanto sangrava em silêncio, sorria.  Fazia morada onde só ausência recebia. Carregava no peito um afeto sem fim, Mesmo quando ninguém olhava pra ela assim. Era colo, força, ponte e chão, E quase nunca era coração em atenção. Escondia a dor pra não preocupar, Engolia o choro pra não atrapalhar. E seguia firme, de peito aberto, Mesmo quando o retorno era deserto. Escondia tudo, até não mais aguentar.  Não pedia muito, só um olhar, Um gesto simples a lhe abraçar. Um “como você está?”, sincero, real, Num mundo que cobra, mas retribui tão mal. Às vezes, tudo o que ela queria, Era ser amor na mesma sintonia. Ser lembrada, notada, escolhida e acolhida.  Ser cuidada… também ser bem-vinda. Mas seguia… com o que lhe cabia e sobrava, Com fé de que a vida ainda lhe guardava Um tempo de colheita e de cura, Onde amor não doa — só perdura. E foi assim até o fim.  Sandra L Felix de  Freitas...

A Exaustão do Afeto

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  Às vezes, cansa… Cansa ser a pessoa Que está sempre presente, que sempre estende a mão. Aquela que se doa, Que se entrega inteira Em qualquer relação.  Cansa ser aquela que luta, Acolhe, apoia e escuta, Ainda que ninguém se preocupe Com suas necessidades E sua felicidade.  Ela finge que não sente — mas, por favor, não a culpe Ela esteve sempre disponível A quem dela precisou, No resto do tempo, era quase invisível.  Sempre deu o seu melhor, Em cada gesto ou palavra, Até no silêncio que guarda a dor.  Para não incomodar ninguém, Aceitava migalhas também.  Fez o possível - e até o impossível, Para ver felizes aqueles que amava.  Mas tantas vezes, o que voltava Era o eco do vazio. E no fim do dia, quando o mundo silencia, ela se perguntava: “Quem de mim cuidaria Com a mesma dedicação? Quem minhas lágrimas veria -  Aquelas que escondo Por trás dos sorrisos? Quem perceberia Que a força que eu demonstro  Muitas vezes é só o qu...

Auto-retrato

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Auto-retrato Do tudo, sou o nada. Da flor, o espinho. Na guerra, sou a paz. Da amizade, o carinho. Da riqueza, a pobreza. Sou escrava e capataz. Na dúvida, a certeza. Das folhas, o outono. Da primavera, o beija-flor. No escuro, sou lápis de cor. Da mãe, sou o desgosto. Dos filhos, o oposto. Do marido… o recosto. Do corpo, sou o cansaço. Da saudade, o abraço. Do fogo, sou paixão. Da paixão, sou amor. Do amor, a alegria… Mas também sei ser dor, desalento, saudade — e da saudade, a solidão. Da fantasia, sou a verdade. Da verdade, a ilusão. Do equilíbrio, o destoar. Na noite silenciosa, sou canção de ninar de uma mãe amorosa. Mudo de personalidade conforme o momento ou a necessidade. Mas em nada diminuo nem aumento. Sou mulher recatada, mas quando apaixonada — torno-me indecente, incandescente, delicada e inconsequente. Da festa, sou lembrança ofuscada. Do arco-íris, a cor reluzente. Na multidão, sou ninguém. Da poesia, sou loucura ...

Amor verdadeiro

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Fácil é dizer “te amo”, difícil é demonstrar o amor. Muitos dizem que amam, mas tudo o que fazem é pra serem notados. Querem que todos pensem: “como essa pessoa é boa!" Mas não fazem nada espontaneamente, à sombra do anonimato... Tudo o que fazem são para, depois, jogar na cara... Cobram duramente cada ato artisticamente desempenhado E como sai-nos caro receber este tipo de “amor”. Quanto a mim, sinceramente, prefiro viver sem ele. #sandrafreitas 

Ciladas

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Pense em mim nesta noite com carinho, talvez, com uma pitada de saudade. Pense em mim agora, como algo que você teve mas que se permitiu perder, que deixou ir embora. Pense em nós hoje, e em nossos bons momentos, e em toda aquela felicidade que sentíamos quando estávamos juntos... Nosso tempo acabou. De todo aquele amor só uma coisa ficou: a sensação de vazio que não ser pode preenchida pois você, na verdade, nunca existiu não chegou a ser... Foi um delírio somente... Eu apenas sonhei com o amor e a felicidade. Ciladas da minha mente! 2012

Colorindo a saudade

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Se um dia a saudade apertar em demasia faça de conta de nao é de verdade abra um sorriso finja alegria... Não assuma que um dia você pôs tudo a perder por não saber amar por não querer se entregar por não confiar. Mas, se mesmo assim a saudade apertar a ponto de te fazer chorar siga o teu coração são poucas as vezes em que temos a oportunidade de voltar atras e dizer sim para a felicidade. Sandra Freitas Fev/2011

Versificando

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Dividida entre dois mundos sigo meu caminhar Passos lentos me irão levar a algum lugar mas, onde encontrarei  o meu real querer? Onde estará meu coração? Em que lenço enxugarei as lágrimas que derramo agora? Quem estará a minha espera? Serei feliz um dia? Não! Não me interprete, não tente me decifrar... Não se preocupe, isso é apenas poesia... Sandra Freitas