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A teimosia de continuar

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A teimosia de continuar A dor de um sorriso triste, mas indispensável — não por máscara, mas por sobrevivência é amor-próprio, à força aprendido. Um sofrer assumido que sustenta o corpo ereto, equilibrado no alívio manso da lágrima que rompe o medo e desce pela face como mal guardado segredo. A mente, inquieta, persegue memórias, revirando os cômodos da alma, tentando entender os silêncios, palavras a mais, ou ditas tarde demais, gestos que não vieram, aquilo que foi e o que nunca chegou a ser. O tempo passou sem pedir licença. Tudo mudou de lugar. Nada parece fazer sentido, mas tudo explica as distâncias, as indiferenças, as ausências que ecoam. Houve dias de esforço, de tentativa de agradar , de caber, de ser perfeita ao olhar. Não foi suficiente.  A alegria restante murchou em silêncio. Perdeu o vão, o voo e o norte, e caminhou perigosamente flertando com o fim. Achou ter fechado os olhos por um sopro de tempo, mas foi o bastante para perder o momento em que tudo se quebrou. Hoj...