Radio Grooveshark

domingo, 12 de agosto de 2012

Considerações de uma mãe sobre O SER PAI




É fácil criticarmos os pais, especialmente quando somos jovens.
Os filhos descobrem muito cedo que o pai não é um poço de virtudes... Eles erram muito e, dificilmente fazem algo que nos agrada.

Na cabeça dos filhos, principalmente na infância e adolescência, existem apenas dois tipos de pai: aquele que fica em casa por tempo demais, ou seja, trabalha pouco e incomoda muito, ou aquele que trabalha demais, ou seja: o pai ausente.

E esse “pai ausente” tem uma chance maior de “errar” com os filhos, ora por serem tolerantes demais com os filhos, por culpa de não estarem juntos por mais tempo, ora por impaciência, relacionada à irritação, cansaço e estresse profissional.

E às vezes o pai, especialmente o “ausente” sente-se excluído demais da vida dos filhos, a ponto de não saber o que se passa com os mesmos. Esse fato o magoa demais, mas ele já não sabe como se aproximar. Ele tenta, mas já não conhece os filhos. E quanto mais tenta, mais os afasta. E sofre, na maioria das vezes, calado...


E um dia ele passa a acreditar que seus filhos não o amam mais. Que os perdeu pra sempre... E se afasta, sofrendo, ainda mais intensamente, ainda mais calado.

E do outro lado, os filhos sofrem porque acreditam que o pai que antes já valorizava mais o trabalho do que os filhos, nem os enxerga mais... E se afastam também, sofrendo igualmente.

O meu pai não é perfeito, como eu também não sou... Meu pai era ausente por viajar demais, mas quando presente virava criança conosco... E é tão bom me lembrar de nossas brincadeiras...

Veio-me à memória hoje o pai dos meus filhos... Quando eles eram pequenos ele trabalhava muito (e ainda o faz), muitas vezes quando ele chegava do trabalho os meninos já estavam dormindo, e quando ele saía os filhos ainda não tinham acordado, mas, nos momentos em que podia se fazer presente ele o fazia, brincando, ensinando a andar de bicicleta, empinando pipas e outras atividades, sempre com muita paciência... Era tanta tolerância com os erros dos meninos que eu às vezes me irritava... Hoje entendo!

Mas é claro que existe aquele pai que é quando está presente é mais ausente que antes... Que não curte os momentos com os filhos, que não os observa, não brinca com eles. Talvez por falta de paciência, ou talvez porque não saiba o valor que ele tem na vida de seus filhos.

Enfim, são anos de sofrimento e de perda de tempo pela simples falta de capacidade de falar o que se sente e de ouvir o outro... Apenas ouvir.

Você que tem a felicidade de ter o seu pai vivo, diga a ele hoje o que sente. Não deixe para amanhã...


Feliz dia dos pais.